Um vereador e seis advogados estão entre os 13 presos na Operação Entre Lobos, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) na terça-feira (22). A investigação mira um esquema de fraudes milionárias contra idosos.
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A operação foi deflagrada em cidades de Santa Catarina, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas. Alguns dos suspeitos presos estão ligados a atividades jurídicas.
A operação desmantela um esquema de fraudes bancárias contra idosos, aposentados e pessoas vulneráveis no Brasil.
Suspeitos presos em Santa Catarina
Em Santa Catarina foram presas sete pessoas em diferentes regiões do estado. Dois advogados foram presos preventivamente em Chapecó; uma advogada de Xanxerê foi presa temporariamente; em Xaxim, um advogado e atual vereador do município foi preso preventivamente; uma mulher foi presa em Pinhalzinho, uma em Itapiranga de outra em Irineópolis, todas preventivamente.
Prisões em outros estados
No Rio Grande do Sul, um homem foi preso preventivamente. Já no Ceará, duas advogadas e um cientista em inteligências jurídica aplicada foram presos preventivamente. Na Bahia, um casal de advogados de Chapecó que estava em viagem foi preso preventivamente.
O que diz a Câmara de Vereadores de Xaxim?
A Câmara Municipal de Vereadores de Xaxim informou que não emitirá posicionamento sobre o assunto tendo em vista que não há qualquer vinculação com o mandato legislativo.
A Casa Legislativa informou ainda que, o vereador investigado, solicitou licença do mandato.
O que diz a OAB?
A OAB/SC informo, em nota, que está acompanhando o caso desde que foi comunicada pela autoridade policial para acompanhar as diligências. A instituição acompanhou as buscas, apreensões e prisões, que exigiam a sua participação.
Neste momento, a OAB/SC diz que segue monitorando os desdobramentos da operação e aguarda os relatórios para avaliação pelo setor de Ética, que irá analisar se há necessidade de medidas disciplinares, como eventual suspensão do exercício profissional dos advogados envolvidos.
“Destacamos o trabalho coordenado pela nossa Diretoria de Defesa de Prerrogativas e sua equipe, que desde o início tem atuado com total diligência no acompanhamento do caso junto aos advogados envolvidos, conforme previsão legal”, disse a Ordem.
A OAB/SC destaca que lamenta profundamente qualquer situação que envolva advogados em fatos dessa natureza, mas reforça que permanece atenta, firme e atuante em defesa da legalidade e da ética profissional.
Da mesma forma, a OAB de Chapecó informou, por meio de seu presidente, o advogado Guilherme de Oliveira Matos, que está acompanhando a situação e aguarda a conclusão das investigações para, posteriormente, se for o caso, vai instaurar um procedimento administrativo disciplinar.
Como o esquema de fraudes milionárias contra idosos foi descoberto?
O esquema de fraudes milionárias foi descoberto quando vítimas procuraram a Promotoria de Justiça de Modelo, no Oeste de Santa Catarina, para relatar os prejuízos sofridos.
A partir daí, o Gaeco identificou dois escritórios de advocacia com nomes de fachada, mais de 200 vítimas e mais de R$ 30 milhões bloqueados pela Justiça.
Do que eles são suspeitos?
Conforme o coordenador estadual do Gaeco, Wilson Paulo Mendonça Neto, os presos são suspeitos de envolvimento em uma organização criminosa que operava um esquema interestadual de estelionato contra pessoas idosas com fraudes milionárias.
Além de desarticular o esquema, o Gaeco busca punir os responsáveis e ressarcir as vítimas afetadas pelo golpe.
Mendonça também detalhou a operação, mencionando que os criminosos tinham ramificações em pelo menos quatro estados, além de Santa Catarina, onde aplicavam as fraudes milionárias.
A organização atua desde o final de 2022, e o golpe começava quando os captadores buscavam as vítimas em casa, oferecendo um serviço de revisão de contratos bancários.
Após assinarem os documentos, as vítimas eram procuradas apenas quando o processo judicial já estava perto da sentença ou em fase final.
Em muitos casos identificados pela investigação, as sentenças já haviam sido proferidas e o ganho judicial já existia. Mesmo assim, os golpistas voltavam a procurar as vítimas, sem fornecer qualquer informação sobre o processo ou os valores a que tinham direito.
Aproveitando a vulnerabilidade e o desconhecimento das vítimas, os criminosos ofereciam valores baixos, entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil, em troca da cessão do crédito, que muitas vezes ultrapassava os R$ 100 mil.
Fonte: ND+
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