A confirmação de um foco de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em um matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro (RS) levou China, União Europeia e Argentina a suspenderem, nesta sexta-feira (16), as importações de carne de frango brasileira por 60 dias. A medida, mesmo com o foco regionalizado, abrange todo o território nacional nos casos chinês e europeu, devido às cláusulas dos acordos comerciais.
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A China, maior compradora da carne de frango do Brasil, importou 562,2 mil toneladas em 2024 — 10,8% do total exportado. A União Europeia, por sua vez, é o sétimo maior destino do produto, com mais de 231,8 mil toneladas, representando 4,49% das vendas externas. A Argentina, apesar de ter uma participação menor, decidiu suspender preventivamente as compras de produtos avícolas do Brasil.
O foco da gripe foi detectado a cerca de 620 km da fronteira com a Argentina, o que levou o governo argentino a reforçar medidas de biossegurança e vigilância em estabelecimentos avícolas.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as restrições seguirão os acordos sanitários internacionais vigentes. A pasta reforçou seu compromisso com a transparência e sanidade dos produtos exportados e destacou que trabalha para que os países reconheçam o princípio da regionalização, preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), limitando os bloqueios a um raio de 10 km do foco.
Apesar das restrições de grandes mercados, países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas já aceitam a regionalização, o que deve evitar um impacto mais amplo nas exportações brasileiras. Esses países, juntamente com a China, representaram 35,4% das exportações brasileiras em 2024.
O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, vendeu 5,2 milhões de toneladas do produto no ano passado, para 151 países, gerando US$ 9,9 bilhões em receitas. Apenas Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul respondem por 78% das exportações.
Consumo seguro
O Ministério reiterou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos. O risco para humanos é baixo, concentrando-se em pessoas com contato direto com aves vivas ou mortas. Produtos inspecionados seguem sendo seguros para o consumo nacional e internacional.
A suspensão representa um desafio logístico e sanitário para o setor, mas autoridades apostam na rápida contenção do foco e no restabelecimento da confiança dos parceiros comerciais. As informações são da Agência Brasil.
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