A discussão sobre o uso de gramados sintéticos voltou ao centro do debate no futebol brasileiro nesta terça-feira (18), impulsionada por uma campanha nas redes sociais intitulada #NãoAoGramadoSintético. O movimento ganhou força com o apoio de jogadores renomados, como Neymar (Santos), Gabigol (Cruzeiro) e Lucas Moura (São Paulo), que se posicionaram contra a grama artificial nas competições nacionais.
"Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. Com o tamanho e representatividade do nosso esporte, esse debate nem deveria existir. Nas ligas mais respeitadas do mundo, os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim. Futebol é natural, não sintético", declarou Neymar nas redes sociais.
Popularmente chamado de "tapetinho" pelos torcedores, o gramado artificial gerou polêmicas ao longo dos anos, principalmente por preocupações com impacto no jogo e riscos de lesões. Atualmente, estádios como Allianz Parque (Palmeiras), Ligga Arena (Athletico-PR), Nilton Santos (Botafogo) e o remodelado Pacaembu já utilizam esse tipo de gramado. O Atlético-MG também planeja adotar a grama sintética na Arena MRV ainda neste ano.
Para a instalação desse tipo de superfície, é necessário um certificado de avaliação da FIFA, que leva em conta critérios como quique e rolagem da bola, planicidade e tração da chuteira. Os parâmetros seguem os mesmos padrões exigidos para gramados europeus.
Entre as vantagens da grama sintética, destaca-se a maior resistência para sediar eventos sem comprometer a qualidade do campo. No entanto, críticos apontam que o piso pode prejudicar o desempenho dos jogadores e elevar o risco de lesões.
A Copa do Mundo de 2022, no Catar, trouxe soluções inovadoras para lidar com condições climáticas extremas. O país utilizou uma variedade brasileira de grama natural resistente ao calor, além de sistemas de irrigação com água do mar dessalinizada e climatização nos estádios.
O debate segue aberto, mas a pressão dos jogadores pode influenciar decisões futuras sobre o uso do gramado sintético no futebol brasileiro.
Com base em: CNN Brasil