A Justiça do Trabalho determinou que a JBS/Seara indenize em R$ 500 mil a técnica de enfermagem Adinai Pasini, mãe de Bruno Corrêa, de 22 anos, que morreu após uma explosão na unidade da empresa em Xanxerê, em 2022. A irmã de Bruno também receberá R$ 300 mil por danos morais. A decisão é de 17 de julho e cabe recurso.
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Na ocasião, Adinai trabalhava no Hospital Regional São Paulo, para onde o filho foi levado em estado grave. Em entrevista ao portal g1SC ela relembra que só reconheceu Bruno, já entubado, por um cordão que havia lhe presenteado.
“Eu ainda não aprendi a viver sem chorar falando dele. Desde o acidente, entrei em depressão e não consegui mais trabalhar no hospital”, relatou.
Além de Bruno, a explosão também vitimou Leandro Jorge Vargas. Ambos estão entre os números que colocaram Santa Catarina como o quinto estado do país com mais acidentes de trabalho: foram mais de 55 mil ocorrências registradas entre 2022 e 2023, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Decisão da Justiça
O juiz do Trabalho Ozeas de Castro concluiu que houve negligência grave da empresa, que permitiu a execução de tarefas de alto risco sem supervisão direta e com equipamentos inadequados. O entendimento foi reforçado por um relatório de auditor-fiscal do trabalho, que apontou falhas como falta de técnico de segurança em tempo integral e ausência de fiscalização efetiva.
Na sentença, o magistrado destacou que não basta orientar os trabalhadores, mas é dever da empresa fiscalizar e garantir o cumprimento das normas de segurança.
“Permitir que trabalhadores, mesmo que experientes, executem tarefas de altíssimo risco sem supervisão direta e com equipamentos inadequados disponíveis configura negligência grave”, registrou a decisão.
Valores históricos
De acordo com o advogado da família, Rafael Medeiros, as indenizações fixadas estão entre as maiores já estabelecidas no Brasil em casos de acidente de trabalho, em que os valores normalmente não ultrapassam R$ 50 mil.
Posição da empresa
Em nota, a JBS afirmou que prestou apoio às famílias das vítimas, incluindo suporte financeiro, e ressaltou que cumpre rigorosamente as normas de segurança em suas unidades. A companhia não informou se pretende recorrer da decisão.
Com informações de g1SC
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