Produtores de leite de diferentes municípios do Oeste de Santa Catarina realizaram na manhã desta terça-feira (28) uma manifestação às margens da BR-282, em Ponte Serrada, para cobrar medidas urgentes do governo diante da crise que atinge o setor leiteiro.
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Durante o ato, os participantes exibiram faixas com frases de protesto e discursaram sobre as dificuldades enfrentadas na atividade, que incluem concorrência desleal com produtos importados, altos custos de produção e preços baixos pagos pelo litro do leite.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio nacional do litro de leite pago ao produtor em outubro é de R$ 2,22 No mesmo período de 2024 o valor pago era de R$ 2,66. Em Santa Catarina, o valor médio é ainda menor, R$ 2,14, enquanto o custo de produção ultrapassa R$ 2,20, o que gera prejuízo direto aos agricultores.
“O produtor está em um momento em que não consegue mais pagar o que deve, escolhendo o que vai pagar. Está muito difícil”, lamentou Eleandro Francisco Arsego, em entrevista ao portal Oeste Mais. Eleandro é produtor e vereador em Xanxerê e possui uma das maiores produções do estado, com cerca de 33 mil litros de leite por dia. “Estamos reunidos para chamar atenção das autoridades, antes que parem todos esses produtores”.
Também participaram agricultores de Ponte Serrada, Abelardo Luz, Xaxim, Passos Maia e de outras cidades da região.
Audiência pública em Brasília
Uma audiência pública está marcada para o dia 4 de novembro, às 14h, no Plenário 6 do Anexo II da Câmara dos Deputados, para discutir a crise do leite. A reunião foi confirmada pelo deputado federal Valdir Cobalchini (MDB-SC) e deve contar com a presença dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além de representantes da Embrapa, Anvisa, Fiocruz e organizações de produtores.
O Sindileite-SC (Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados) também manifestou preocupação e defende ações concretas, como a fiscalização rigorosa da entrada de lácteos importados; política de preço mínimo e compras públicas emergenciais; revisão das condições de produção e da legislação dos países vizinhos para garantir concorrência justa.
“O produtor está à beira do colapso. Ou encontramos uma saída agora, ou milhares de famílias vão abandonar a atividade”, alertou o deputado Cobalchini.
Com informações de Oeste Mais
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