É comum ouvirmos que somos uma geração de ansiosos, mas isso é verdade? Quais fatores estão envolvidos nos transtornos de ansiedade?
Por: Canal Ideal
22/10/2021 18h41 - Atualizado há 3 anos
Nas últimas décadas, o termo ansiedade passou a ser empregado no senso comum para relatar algum tipo de sofrimento psicológico. Embora estejamos acostumados a trabalhar com essa rotina hoje em dia, é preciso lembrar que até há alguns anos não usávamos a palavra ansiedade com tanta frequência nesse sentido psicopatológico. Lembro-me, por exemplo, de que, na minha infância, quando se dizia que uma pessoa estava ansiosa, entendíamos que ela estava intensamente à espera de uma experiência nova ou até mesmo, estava esperando alguém chegar de uma viagem ou passeio.
Em outras palavras, antigamente víamos a ansiedade como um estado emocional normal, passível de ser vivenciado por qualquer pessoa em determinadas circunstâncias da vida, e que não se caracterizava necessariamente como fonte de sofrimento. Visão bem diferente da que predomina na atualidade, quando não poucas pessoas afirmam que precisam de terapia porque “sofrem de ansiedade”.
A ansiedade tem muitas fontes
Não é só o medo que nos deixa ansiosos, seja ele de contrair a doença, de perder alguém especial ou dos prejuízos financeiros, escola, filhos, viagens... Um outro fator importante é a mudança repentina de rotina. De um dia para o outro, muitos dos nossos rituais diários tiveram que ser abandonados.
É como se tivéssemos perdido o referencial. O que faz com que nosso corpo volte ao estado de equilíbrio é a resposta de relaxamento, contrária à de estresse.
Algumas práticas podem nos ajudar muito a baixar os níveis de cortisona e adrenalina no organismo. É assim que a respiração recupera um ritmo mais natural, os batimentos cardíacos desaceleram, os músculos relaxam e sentimos, finalmente, que tudo voltou a ficar bem.
Experimente meditar
Meditar é um treino de atenção, uma vez que ela é intermitente, ou seja, fica pulando de um lugar para o outro. O que a prática sugere é a definição de um ponto de foco para onde vamos trazer de volta nossa atenção toda vez que ela fugir. Assim que você perceber que se distraiu e se envolveu em uma sequência de pensamentos, retome o foco para esse ponto.
Para começar, você pode se propor a fazer respirações profundas. Primeiro sete, no dia seguinte, 14, no terceiro dia, 21, e por aí vai.
Cuide do seu sono
A qualidade do sono é fundamental para o nosso bem-estar psicológico. Mantenha horários regulares para dormir e acordar. Além disso, desligue os aparelhos eletrônicos de uma a duas horas antes de se deitar.
À noite também não é o melhor momento para ver notícias, prefira se informar durante o dia. Se você gosta de ler ou de assistir a um filme antes de dormir, escolha títulos mais leves. Nós já estamos cercados de informações sobre mortes e tragédias na vida real; deixe com a ficção a missão de trazer diversão e alívio.
Tome sol
Da janela de casa mesmo, caso você não tenha varanda ou quintal, exponha-se pelo menos 20 minutos por dia ao Sol. Aproveite esse tempo para olhar o céu, as nuvens, perceber a vida que segue pulsando. A vitamina D é um modulador do sistema imunológico e da saúde psíquica.
Estabeleça uma rotina
Nosso cérebro precisa perceber que temos controle de alguma situação. Atividades sequenciais feitas repetidas vezes são importantes para isso. Defina um horário para levantar, trabalhar, fazer as principais refeições do dia. Cuidado para não atribuir a si mesmo muitas obrigações. Você não precisa lotar a agenda para provar que consegue dar conta de muita coisa. Estamos sendo convidados a desacelerar. E, claro, não se esqueça dos momentos de lazer.
Se alimente bem (e isso não vale só para comida!)
Dê preferência a ingredientes naturais e frescos, preparos feitos em casa. Precisamos fornecer vitaminas ao corpo. Não é saudável para sua saúde física e mental ter uma alimentação baseada em todos os industrializados que estão disponíveis no supermercado.
Cuide também daquilo que você consome pelos olhos e ouvidos. Cristiane alerta: “Marion Woodman, psicanalista, diz que tudo aquilo que a gente ingere por todos os órgãos do sentido não sai mais. Podemos até não se lembrar disso depois, mas vai ficará como um ruído de fundo na psique. E isso causa ansiedade”.
Procure ajuda profissional
Você não precisa lidar com esses excessos (de informação, de sentimentos) sozinho. Se o medo e a ansiedade são constantes e te impedem de fazer as atividades do dia a dia, busque um psicólogo. Se tem histórico de doenças como depressão e transtorno de ansiedade generalizada, retome o contato com o profissional que te acompanhava. Estamos todos tentando entender como se adaptar a esse novo cenário e rede de apoio é fundamental.
Por fim, que a gente tente manter a calma e a paciência. Que sejamos gentis em nossos processos de reconhecer, acolher e organizar nossas emoções.
Se você ainda tem dúvidas sobre a ansiedade, envie sua pergunta para nossa rede social. Instagram @psico.marianemorais @clinicasirius_oficial estaremos a disposição para lhe auxiliar nesse processo.
Ao contrário do que muitos podem pensar, o luto não está relacionado apenas à morte
Este site usa cookies para melhorar e personalizar sua experiência com nossos conteúdos e anúncios. Ao navegar pelo site, você autoriza o Canal Ideal a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de privacidade.